domingo, julho 24, 2005

Afinal...

Sempre amarrados à contagem decrescente, como se as horas tivessem de fugir. Era só mais uma hora, depois menos, sempre menos que o tempo suficiente para nós. Era difícil olhares-me. E depois eu tocar-te, sempre odiei despedidas.
Nunca fui boa com as palavras. Nem tu com os gestos. Nem depois do abraço reforçamos o beijo. Tinhas medo. Eu também. Há momentos que se vão desenhando sem querer e hoje trago-te perto demais, quase eu. Quase tu.
Já não há tempo, vai. Não me deixes nada do que te dei, do que me deste. Nem o tempo, essa vertigem agonizante que me faz lembrar-te.


Foto retirada de Olhares.com


Eras tu a falar para esconder a saudade
E eu a esconder o que não se dizia
(...)
Desviando os olhos por sentir a verdade
Choravas a certeza da mentira
Mas sem queimar demais
Sem querer extinguir o que já se sabia
(...)
Mais perto,
onde se contam historias que nos atam
Ao silencio dos lábios que nos mata
Eras tu a ficar por não saberes partir
E eu a rezar para que desaparecesses
Era eu a rezar para que ficasses
Tu a ficares enquanto saias
Não nos tocámos enquanto saias
Não nos tocámos enquanto saímos
Não nos tocamos e vamos fugindo…

Toranja





2 Comentários:

Às 7:09 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Os "gritos do silêncio" são afinal isto e só isto...
Tudo o mais é demais



C.

 
Às 8:08 da tarde , Blogger Wakewinha disse...

Excelente letra...

 

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