terça-feira, maio 03, 2011

Leva-me















 

Leva-me o peito


Desse jeito


Que só tu sabes.

.

E embala-me a espera


Enquanto é fera


O tempo sem ti.


.


Leva-me no teu beijo


Desajeitado


De amante cetim.


E no vagar dos dias


Quando são frias

 
As mãos no Fim.



C.

domingo, setembro 05, 2010

O Setembro de 2010


Tens a voz distante.

Pressinto-o e não sei

Quem de nós se fez amante

Se fez guerra e paz

No mesmo instante

Em que foi Rei.

.

Tens a voz a arder

E eu a morrer

Tão dentro dela

Tenho o sangue a querer

Mais dias de ti

Ou a ausência completa.

.

Tenho o sentido infame

A contornar-me a língua

Os poemas presos

Nas pontas da vida

E o olhar perdido

Na voz que não chamo,

No teu gesto coercivo

E no outro que Amo.

C.


domingo, julho 04, 2010

Hoje

À Xana,


Hoje falaram-me de ti,
Dos teus olhos claros
A esconder os medos
Das tuas mãos
A desenhar manhãs.
Falaram-me,
da poesia
dos teus dedos
e do sentido
dos lugares
quando estás.

Hoje falaram-me de ti
Sem saberem
quem és
e o que trazes
sempre que te deitas
em mim.

Hoje falei-te
E saltaram-me poemas
dentro da voz.

C.

quarta-feira, março 31, 2010

Este fim.


Olhares.com

Não sei bem se te escrevo




Antes da costa


Ou antes do mar que galga


Este fim.


Não sei que dedos movem a areia


E fazem sereia


O teu reflexo de marfim.


.


Não sei que grito


É o submisso


De gaivota ou de carvão.


E em que compasso


Se fez o espaço


De um mundo inteiro e do então.


.


Não sei que olhos cruzas


Quando não aqui


E que lábios seduzes


Quando dos teus parti.


.


Eu não sei porque nos amamos


E nos queremos tão longe


Nem porque o mar nunca trará


O que na vida nos foge.

domingo, março 28, 2010

Sempre em vão

"Não percebo o que é que queres/diz-me tu o que preferes/ir embora ou ficar./ Este espaço intermédio/entre a paz e o assédio/não nos deixa evoluir"
Tiago Bettencourt



Sempre em vão




Somos tempo que secou


Num passado que findou


Num encontro sem memória.


Somos verbo que morreu


No medo que esqueceu


O início desta história.


E depois fica o rádio
a desenhar


A tua voz a adivinhar


Os meus olhos em convulsão.


E depois mais dias do mesmo dia


Mais a saudade contra o relógio


E nós e quem não fomos


No que somos sempre em vão.

_Folha em Branco_

quinta-feira, agosto 27, 2009

Mil asas de ti

Porto (back from Barcelona)

Há nestas asas mil nomes de ti
Uns teus, outros que não
Há neste desenho
Um mar aberto
Quando a sede se faz razão.
Esses nomes de que falo
Essas línguas de outro mundo
Esse encanto de regalo
Que me embala junto ao fundo.
Essa ausência inquieta
De lugares em desvario
Esses lemas tão selectos
No que nunca ninguém viu.
E essa asa de mil nomes
Que o teu nunca seguiu.
C.

segunda-feira, junho 08, 2009

Partilha(s)

Hoje apenas alguns momentos que me apeteceu partilhar...

Mude: o novo Museu do Design e da Moda de Lisboa, com entrada gratuita até 1 de Julho.
http://www.mude.pt/mude_site.html


A poesia dita assim...
http://www.youtube.com/watch?v=7KTEqF64NFQ


... ou, sem link, destaque para o livro "Lugares comuns" de João Barreto Guimarães. Inebriante!


Até já ;-)