sábado, junho 21, 2008

O abraço em que te deito

A ti,
"Por seres a única pessoa com quem o silêncio é completo..."

"Um dia gostava de entrar num elevador que me levasse e prendesse a ti para sempre".

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Fecha os olhos agora e sossega

a porta está trancada; e os fantasmas

da casa que o jardim devorou andam perdidos

nas brumas que lancei ao caminho.

Por isso, dorme, meu amor,

larga a tristeza à porta do meu corpo e nada temas:

eu já ouvi o silêncio, já vi a escuridão,

já olhei a morte debruçada nos espelhos e estou aqui,

de guarda aos pesadelos

a noite é um poema que conheço de cor

e vou cantar-to até adormeceres.

Maria do Rosário Pedreira