domingo, setembro 05, 2010

O Setembro de 2010


Tens a voz distante.

Pressinto-o e não sei

Quem de nós se fez amante

Se fez guerra e paz

No mesmo instante

Em que foi Rei.

.

Tens a voz a arder

E eu a morrer

Tão dentro dela

Tenho o sangue a querer

Mais dias de ti

Ou a ausência completa.

.

Tenho o sentido infame

A contornar-me a língua

Os poemas presos

Nas pontas da vida

E o olhar perdido

Na voz que não chamo,

No teu gesto coercivo

E no outro que Amo.

C.