segunda-feira, julho 23, 2007

Eu e ...

"Sei que estou em viagem na palavra que se move."

Daniel Faria

A ausência de rumo. O parar numa vida sem saber se a estrada começa ou acaba perto do sonho. Adiar. Adiar os passos, torná-los longos de lá para cá, sem que o chão deslize mais do que o horizonte. Um futuro perto, a meio gás, um passado longe, sem saber escrever nas lágrimas o respeito ao que findou.
Ausência de tudo. A incapacidade penetrante que se aloja nos dias e me vem dizer ao ouvido que tudo e nada dependem de mim. Deito-me.
Penetro as sombras. Hoje serei menor. Hoje um poema. Quem sabe, amanhã,
um destino.

Jorge Queiroz @ Serralves

Enfim nós os dois,
Os teus gestos nos meus,
Perdidos no quarto
Sem dizermos adeus.
Adiamos a noite,
Balançamos parados,
Pela última vez
Os nossos corpos colados.


Sente a força que temos
Quando estamos assim,
Um segundo é o mundo
Que nos separa do fim.
Porque tens de partir
Quando há tanto a dizer?
Eu não sei começar,
Não te quero perder.
P.A

sexta-feira, julho 13, 2007

O olhar que te roubei

Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem,
encosta-te a mim.

olhares.com

Escuta. Percebe já que não há
Espaço e hipocrisia quando
Os corpos se pedem.
As peles querem-se.

Percebe que não há dia sem poeta
Nem barreira sem meta
Entre os teus olhos e a luz.

Entende. Reage agora e dentro dos meus gestos
Antes do tempo ou do incesto
Antes do vinho tocado.
E de tudo o resto.

Dorme comigo.
O medo é menor de madrugada
Em toda a nuvem dourada
Não há desejo perdido.

Vê como acelera o meu peito
Ao encontro do teu
Como me posso ir buscar
Em combustão.

E de outro tanto renasço
E de outro que agora sou eu.

Momentos de afecto
Dizendo que não.
C.

quinta-feira, julho 05, 2007

Fobias

"Eu sou aquela que sem esperança, leva o desejo ao ponto exacto..."
@ Porto


Os teus dias tacteio
como o teu corpo


É por eles que anseio
angustiada


Admirada sempre da paixão
que desatas em mim
pela calada.
Maria Teresa Horta