quarta-feira, dezembro 28, 2005

"Se me faltares, eu morro..."

Aos meus amigos, pelo medo que tenho de que realmente tudo isto se torne verdade um dia... Porque já acreditei no eterno e aconteceram vozes que me disseram o fim.
A ti, que me deste este texto e me pediste hoje que ficasse na tua vida...
À Amizade,
o acordar de todos os meus dias.



Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo.... Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: "Quem são aquelas pessoas?" Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto!
-"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos daminha vida!"
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente......
Quando o nosso grupo estiver incompleto, reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo. E, entre lágrima abraçar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades....

"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

Fernando Pessoa

domingo, dezembro 25, 2005

Algo teu

Algo teu



É só o nada a bater-nos à porta
E a mim importa-me que estejas a meu lado
Enquanto o medo vai dançando à nossa volta
É só uma imagem que sonhámos doce imagem
Nada que um dia após o outro reproduza
Mas meu amor estaremos sempre de passagem
Esquece o que eles dizem sobre um grande amor
Quem podia mais querer-te como eu
Nada que acredite conseguir mostrar pois é algo teu.
Pluto

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Destino?

A ti, por toda a luz que sabes em mim ser.
And You know why...





Sometimes in the morning
When I wake up
I shed a tear
I'm hoping
Come the night time
You'll open the door and reappear
I can promise to share
All my dreams I will dare
You set my heart racing when you get next to me
Still I don't think you care
Should I wait for your love
Or I'm waiting in vain
Somebody help me 'cause I'm falling
Head over heels in love again
You... you...You're the one
And for your love I think that I would do anything
Yeah you... you, you, you, you
You're the one
And for your love I think that I would do anything

I miss you
I wanna kiss you
The sweet scent of roses is in your hair
See sometimes
When I get lonely
I still feel you beside me
When you're not there

Somebody help me cause I'm falling
Head over heels in love again
Help me... ohh can't you help me
I think I'm falling in love
I think I'm falling....

Jamiroquai

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Urgência rítmica

"...perdoa a lonjura do porvir
e aceita o meu só saber fugir."
A.M.

Horas nuas
Horas mortas
Smi ruas
Entre as portas.

Velas brancas
Braços no chão
O medo nos corpos
As dores em vão.

Zumbidos que gritam
Urgências falhadas
Os teus olhos que afligem
Os desejos de nadas.

As tuas mãos que tremem
Passos mais longos
De que nos serve este fim
Preso nos acordes
Em que os dias fazem de mim
O momento em que me morres.

Porto, Dez. @ 05



Casa da Música @ Foz [Porto]


A hundred days had made me older since the last time that
I saw your pretty face
A thousand lies had made me colder and I don’t think I can look at this the same
But all the miles had separate
They disappeared now when I’m dreaming of your face
I’m here without you baby but you’re still on my lonely mind
I think about you baby and I dream about you all the time
I’m here without you baby but you’re still with me in my dreams
And tonight it’s only you and me
The miles just keep rolling as the people leave their way to say hello
I've heard this life is overrated but I hope that it gets better as we go
I’m here without you baby but you’re still on my lonely mind
I think about you baby and I dream about you all the time
I’m here without you baby but you’re still with me in my dreams
And tonight girl it’s only you and me
Everything I know, and anywhere I go
it gets hard but it won’t take away my love
And when the last one falls, when it’s all said and done
it gets hard but it won’t take away my love
3 doors down

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Laços



Fotografias retiradas de Olhares.com

Vou começar mal o texto, pontapear as regras de construções frásicas e os começos previamente delineados. Apetece-me fugir. Não do mundo, mas no mundo. Desatar os laços que crio quase mecanicamente e que me levam às emoções que nos segundos demoram anos e nos anos a eternidade. De onde me veio a sensibilidade para sentir as pedras do chão ou dar voz às ruas que passam? Gosto de dialogar sozinha, qual monólogo, são diálogos que se inventam sem que eu domine qualquer receptor. Há retorno de tudo e em tudo o que me veste os dias. Até o ar se espraia em mil sonhos quando de mim sopram contraltos gritantes.
Quem pára para pensar nestes laços quotidianos que formamos entre nós, dentro de nós, de nós com os outros, de nós com as coisas. Querer sempre mais como se o mundo jazesse num só fôlego, amanhã, hoje ainda, quem sabe. Quem, aquela mendiga de rosto de morte entre dois filhos e a veemência forçada.
E depois choro, tal vivência intensa e agreste de tudo o que me cruza, a paixão em tudo o que faço. E depois não consigo, não sei partir, desprender-me dos laços, e o que são os laços? Sombras se pintam nos gestos, lugares incólumes na ilusão.
E como preciso de escrever este sempre e muito mais, ao contrário, num avesso que seja.
Escrever-te. Perceber em nada disto o que me estreita a ti, de tão diferente das pedras da calçada, de tão igual aos textos violados pela força do amor.

C.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

O que tinha de ser

Por te escreveres em mim, ao respirar.
(.,.,.)


Amstrerdam @ 10.05

.

Porque foste na vida

A última esperança

Encontrar-te me fez criança

Porque já eras meu

Sem eu saber sequer

Porque és o meu homem

E eu tua mulher

Porque tu me chegaste

Sem me dizer que vinhas

E tuas mãos foram minhas com calma

Porque foste em minh'alma

Como um amanhecer

Porque foste o que tinha de ser...

.

Tom Jobim/ Vinicius de Moraes

terça-feira, dezembro 06, 2005

Espaço de cristal

O Rio
(Jorge Velhote)
Cerca-me profundamente como sombras.
Não é fácil devolvê-lo à realidade, tão espesso
sob a minha pele.
Clarão de lama e luz moldando-me
a alma, os pequenos objectos que indagam a noite, o agudo
abismo que o tempo afaga.
Porto, 2001

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Confissões (que...)

Não costumo por norma dizer o que sinto, mas aproveitar o que sinto para dizer qualquer coisa"
Ruy Belo

Lénia Malaia & alusão ao Pachá