quarta-feira, setembro 29, 2004

"Como vou eu..."

Cumplicidade, só com quem nos olha e nos vê. Tu.
Obrigada pela possibilidade de partilha de uma esquina tão terna.
(e todas as coordenadas vão dar a....;) )

segunda-feira, setembro 27, 2004

Madrugada...

Não sei que surpresa me aflige quando te olho, se o teu olhar me descreve o silêncio oportuno. Não é por ser aqui, ou no demais, mas tudo neste tempo brilha, como se fossem únicas as horas em mim. Um chá longe do centro, um amanhecer sobre o deslizar daquele percurso que só não foi mais longe porque o lá fora não permitiu. A tua mão que se estende em mim para mais tarde, ao entardecer, o cenário se reflectir num voo picado de gaivota. És assim, sereno e límpido como os passos que dou nesta cidade desde outro dia.
Deito-me pausada no pensamento de nós, como existimos e como nos negamos, quase medo, quase fúria, quase cegos. Pertence-me, quando o amor sofrer, tão somente porque quer acontecer.

sexta-feira, setembro 17, 2004

Será o tempo?

Às vezes o tempo demora, mais do que a espera, que no fundo espera com o tempo também. Às vezes há velhos cegos sentados nos bancos da cidade em que, através deles, encontro um olhar perdido desse mesmo tempo, nessa mesma espera.
Escrevias, mais do que de ti. E lias, como se a voz terminasse o relógio e eu esquecesse o velho do banco. Que era cego, mas nos via. Partiu.
Às vezes o tempo agarra-se a mim e prende-me os gestos ousados. Aqui as palavras, em abraços fechados...

segunda-feira, setembro 13, 2004


Até já... Posted by Hello

Porto

Mesmo vivendo nas palavras, há palavras que fogem de mim como se a intensidade não se quisesse descrever.
Porto, para onde parto. Recheado de poemas que não se deixam agarrar, mas que se escrevem, a cada passo, nas fachadas, nas tuas mãos, ao respirar.
Até já...

domingo, setembro 12, 2004


Mesa do canto Posted by Hello

Como a manhã...

Sempre que te penso perco-me na forma como existes em mim. Há pessoas que surgem nuas aos nossos olhos e que marcam cada instante que se desenhe longe do mundo e do tempo, esse tormento constante que nos limita os gestos ao sermos nós. Conheci-te e pouco te soube, o pouco comum que nos exigimos sem perceber o tanto que mais importa. Não me interessa o nome, o lugar, os passos diários ou a quem estendes o olhar, só importa a presença, que sempre está e se dá quando o lá fora se rende ao silêncio. Tu és assim, como o céu desse Porto que amanhece anónimo no nevoeiro e que a luz,alguma,aos poucos penetra.
Eu, talvez clara como a manhã, na tua mesa do canto.