terça-feira, fevereiro 22, 2005

Interrogação

Portimão @ 05



Interrogação

Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.

Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos.

Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.

Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro o olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.

Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.


Camilo Pessanha

4 Comentários:

Às 12:01 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Porque a poesia na voz tem outro encanto, não é? ;-)

É muito doce este poema, gosto sobretudo da última estrofe.

 
Às 5:07 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Hmm..eu gosto mesmo é desse rabinho...esse que aparece na sombra...parecem penas.

..

 
Às 1:22 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

.... que saudades de o sentir :'(

*Dmt*

 
Às 3:47 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

As tardes passadas contigo... :)

<3*

 

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