Quase
É estranho isto. Isto de que falo ou de que não falo, ou isto de que falo mas não digo.
Mas não sei. Invento.
Condeno-nos.
New York by M.
Hoje estive quase a dizer-te
um plural.
O todo de um mundo.
Hoje estive quase a lançar-nos no escuro,
Atirar-nos com força
De encontrar ao tacto.
E reter dessa colisão o instante em que a película é escrita.
Guardar-te na foto. Reter-te a palavra na memória.
E mostrar-te que a imagem que retorna, às vezes
do corpo,
outras no porto
é a palavra vertida que fica de nós.
Noscturna.
Hoje desisti a tempo de te dizer o que já sabias...
De te falar sobre todas as horas fundas
que as tuas mãos tocaram
e eu deixei fora da fotografia.
De te contar sobre o todo de um mundo
Engolido por dentro
Devorado pela própria lágrima.
A do poema.
Hoje quis dizer-te
porque escrevo.
Minês Castanheira
1 Comentários:
"... Por favor, inventa
as leis de uma alquimia que transforme
a matéria de um não na matéria de um sim
e dá-me o que te dou, o que não morre..."
Fernando Pinto do Amaral
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Um dos teus textos mais bonitos.. :)
Tás a regressar a ti pela escrita dos dedos :)
pilar|DE|ponte
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