E só assim...
Foto de Carlos Romão
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Quero fazer-te cidade.
Obrigada a construções obtusas. E a entorses do coração.
Quero fazer-te sotaques que se alonguem da boca ao pulso.
Quero fazer-te ficar para veres a alma dos que se fizeram pedra
a recordar a dos que não ficaram.
Quero confessar-te frases longas.
E a cobardia dos homens. De todos os nomes.
Quero ver-te descalsar todas as reticências
E caminhar pele na pele sobre as linhas desta cidade.
Quero fazer-te abraçar-lhe os cheiros e sentir-lhe as rotações fáceis,
o compasso humano.
Quero apontar-te o que de pedra austera se fez cúmplice de encantos e desencantos.
Quero tentar-te a uma linguagem que
começam nos sufixos que a terminam.
Quero fazer-te levar contigo maiúsculas que eram para durar só um dia.
Quero que me digas tu como se pode não amar estes lugares
aos quais ninguém ainda deu nome.
Minês Castanheira
3 Comentários:
Onde o mundo se apaga e só existe o aqui e o agora.
Onde a realidade é um espelho de água, oposta e ondulante; ou será antes os sonhos desfocados?.
Vané
Ainda bem que mesmo longe, sinto-te perto!
Obrigada amiga pelo teu apoio nos verdadeiros momentos.
Quero ver-te chegar
para te ver partir
de novo.
Acidulada sombra
com que retens na pupila
a cidade.
Leva-la contigo como um
presente, um troféu ganho
sofrendo o amor inquieto no peito
leito de segredos
e distâncias.
A.M.
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