quinta-feira, abril 20, 2006

Querer-te

Vou depressa enquanto fico.


Museu do Louvre, Paris @ 04


Futuro entre os gregos seria
Se despisses os mantos azuis e viesses
Descalço e nu com o sabor das peles
Pela calçada
E vestires-te do cheiro
Que bailamos os corpos
Qual seda usada.

Futuro seria a sombra do teu medo
Canta Porto, é quase nada
Salta sopro à Afurada
Ao encontro do segredo.

Seria o beco estreito da maré
A canção que será tudo
Ou talvez não, ou talvez eu
A pele rasgada e o olhar mudo.

Futuro serias tu em passos lentos
Conforme os beijos mas sempre em mim
Os abraços largos do desejo com um tempo
Tempo de estar
Devagar para que não viesses
Mais depressa que o ficar.
C.

1 Comentários:

Às 11:52 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

De uma frase ironica nasce um poema de uma beleza gritante, em cada verso, em cada palavra.
Posso chamar inspiração, mas a inspiração não passa de um momento. Mais correcto será dizer Talento, um talento inato para a escrita, para as palavras.

Vané

 

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