Cenário
Frio. Lá fora um novelo que se esbate do lençol entardecido pelo teu suor. Há esquinas que curvam as ruas para que o destino não seja sempre igual, como se a regra fosse seguir o traço que não se entrega ao círculo. Olhares vazios. As mãos, fechadas numa chávena que se entorna pelo desejo. Há lareiras acesas noutras vitrinas e é então que te esqueço. Cenário doentiu ou pendente em mim, nunca acontece quando quero e sempre é o que não digo. Exorciso-te quando descolo as páginas do livro e cada palavra foi aquela que não me disseste. Um trago ao interior da chávena, também ela se enche e se esvazia mais depressa que o tempo. Escrevo com o carvão quente para te queimar nos dedos e não mais beber os segredos que inventaste.
Deito-me. Há uma manta no chão onde me teimo e te esqueço, porque adormeço.
Deito-me. Há uma manta no chão onde me teimo e te esqueço, porque adormeço.
4 Comentários:
"(...)Porque era apenas atrás de ti
que eu corria o mundo, era com a tua voz
nos meus ouvidos que eu arrastava o fardo
do amor de cidade em cidade, o teu nome
nos meus lábios de cidade em cidade, o teu
rosto nos meus olhos durante toda a viagem..."
Maria do Rosário Pedreira
... E que nunca partas. *
<3
"Mais uma carta rendida num cenário que manda dançar, mais uma dança perdida e uma noite só para lembrar..."
Tiago Bettencourt
...o quarto...as paredes...
"[...]Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Na cinza das horas[...]"
Adriana Calcanhoto
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial