Efémero
Sempre achei que as palavras para serem ditas, tinham de se sentir e, remetendo ao destinatário, tinham de se merecer. Ao cruzar-me com a Poesia e, mais tarde, com o amor, comecei a perceber que no fundo tudo podia ser dito, a toda agente, onde e quando quisermos e que, infelizmente, as palavras não têm um valor eterno como pensava mas sim e apenas momentâneo. Hoje é isto, amanhã poderá ser diferente. Deixamos de sentir, deixamos de querer, tudo o que dissemos até então perde o sentido.
Quisera eu que assim não o fosse, porque mais uma vez surge o tempo, esse pecado com o qual nunca vou saber lidar. O tempo que apaga, que atraiçoa, que currói.
Hoje as palavras que te escrevo sentem-te, mas tu não as mereces. No entanto a Poesia agarrou-as e quer fazê-las existir. Porque é este o momento.
Efémero
Se a porta se fecha
Ao interior
Talvez a luz não saiba mais amanhecer
É das muralhas que me falas
Do que eu vivo
E logo exímio
É o redor.
Se de um filme faço as asas
Na resposta à lentidão
Os teus olhos sobre as casas
E o coro desfeito
Do perdão.
Se te enlaço no meu beijo
É o adeus que me enlouquece
O encerrar-te no desejo
Pela música,
Que me escurece.
Se me delineio
Por esse corpo
Se me assalto e sem querer
O tempo é só o Porto
Que embala,
Que penetra
Que possui
Para esquecer.
Folha_em_branco
Quisera eu que assim não o fosse, porque mais uma vez surge o tempo, esse pecado com o qual nunca vou saber lidar. O tempo que apaga, que atraiçoa, que currói.
Hoje as palavras que te escrevo sentem-te, mas tu não as mereces. No entanto a Poesia agarrou-as e quer fazê-las existir. Porque é este o momento.
Efémero
Se a porta se fecha
Ao interior
Talvez a luz não saiba mais amanhecer
É das muralhas que me falas
Do que eu vivo
E logo exímio
É o redor.
Se de um filme faço as asas
Na resposta à lentidão
Os teus olhos sobre as casas
E o coro desfeito
Do perdão.
Se te enlaço no meu beijo
É o adeus que me enlouquece
O encerrar-te no desejo
Pela música,
Que me escurece.
Se me delineio
Por esse corpo
Se me assalto e sem querer
O tempo é só o Porto
Que embala,
Que penetra
Que possui
Para esquecer.
Folha_em_branco
2 Comentários:
Escreves o que me vai na alma.....sabes tão bem como me sinto!
Sabes, há quem não seja assim, há quem não fale com palavras mas sim com sentimentos.As palavras sao como o vento mas os sentimentos são eternos, podem fintar o tempo que tanto nos dói, movem montanhas e vontades, são a manisfestação da verdade!
Se alguém já não te merece as palavras, então é porque não te falou com a alma mas sim com a boca......e a boca é tão mentirosa!
Deixa que te venda o sonho de que isto é verdade.....eu acredito piamente!No dia em que não acreditar na eternidade do amor.....morro!Acredita que o amor vale a pena, as pessoas é que não!Acredita......não morras!
Já afirmei isto inúmeras vezes, mas não me canso de o dizer: um momento é efémero,mas paradoxalmente invertido em forma de eternidade. O que fizeste não foi mais nem menos do que eternizar algo que foi efémero. E poucos são detentores desse dom... Tantos artistas velados nas lacunas do Mundo... Escusava de escutar verborreias tão acentuadas na televisão, na rádio... Ainda bem que existem folhas em branco para escrever...
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