Silêncio brutal
De todas as passagens de ano, sempre existiram umas mais vividas que outras pelas mais diversas razões. Cada um terá, à partida, motivos pessoais que permitem o sentir melhor ou pior momentos que nos sao tão melancolicamente sós, mas que insistimos, no entanto, em festejá-los. Ou não será isto que festejamos?
Esta madrugada também eu fui para a rua, levando comigo tudo aquilo que queria que ficasse anónimo numa gaveta no topo do tempo. Acreditei que poderia ser diferente a fuga deste ecrã e a negação da escrita, para tentar penetrar e viver o mundo real que se sente lá fora. Fui ter com as "gentes", levei a tradição, gritei ao tempo como se precisasse de um eco exímio. Perdi.
Das ruas, este ano, só a solidão traída por um todo descontente. Os carros sem som, os rostos tristes, vazios, entre a miséria e a raiva de não acontecer. Uma meia noite que se fechou num silêncio brutal que quase feriu aquilo que deveria ser um começo. A desilusão está estampada no povo, como se de uma epidemia se tratasse. Quase me custou a acreditar que era tempo de reviver a esperança, mesmo sabendo que de todas as noites nasce o dia.
Onde será que paira a luz das tantas vozes que ontem se calaram?
Bom ano!
publicada por Folha|em|Branco @ 7:54 da tarde
6 Comentários:
Depois de tudo o que tem acontecido nestes últimos tempos, só mesmo o sentimento que existe pelas pessoas com quem se passa o ano é motivo de alegria... Tudo o resto dá vontade de sair deste planeta e procurar outro.
Obrigado por estares sempre comigo, sempre perto de mim, sempre em mim. *
<3
É o querer exorcisar tanta coisa numa mera contagem decrescente de segundos...
;(
e é impressionante como essa luta pessoal se repete ano após ano e como somos respeitosamente "enganados" pelos mesmos fantasmas...
Se esse silêncio existiu à meia noite, desapareceu por volta das duas da manha quando subiste akelas escadas. Quanto de vi, voltei a ouvir foguetes e todas as luzes, todas as cores, todos os sons surgiam em ti.
Tu és tanto.....
*Dolu mt tu*
Ainda bem que foste lá, que adormeceste protegida entre quem mais te ama. Nao poderia iniciar mais um ano sem ti*
É por isso que tenho esta relação estranha com o teu blog!Porque quando estou contigo há sempre uma mão para dar um abraço para sentir ou a minha pele na tua!Mas aqui, aqui estão as tuas dores que tantas vezes são as minhas e no fim de cada leitura só sobra uma angustia por sentir o mesmo que tu e por não ter remedio para qualquer um de nós......uma angustia solitaria que de mão dada com a tua ausencia se torna insuportavel!
Também a mim me custou muito a noite de ontem, por tantos motivos.....tantos que só tu sabes.Mas estavas ao meu lado quando deram as doze badaladas (foram apenas 12?pareceu me tempo suficiente para ver o filme de um ano falhado) e por isso, só por isso, valeu a pena!Porque quando nao há mascaras, quando a tua presença me deixa ser eu mesmo por um breve momento......abre se uma janela de esperança, sinto que de uma maneira ou de outra vou dar a volta a tudo, contigo ao meu lado!Caiste de para-quedas na minha vida.......nunca vas embora!Que este ano seja (o) melhor e que eu esteja cada vez mais em ti.Bom ano, um beijo de quem te vendeu um Sonho
Ai vi-te, vi-te...
Não percebo um cu do que escreves... mas tb acho!
Um bem haja dona Neves
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