O eco da tua voz
Quando se parte há um recomeço. Um gesto prolongado na força do tempo. O teu jeito é assim continuado ao que é de mim, tão mais forte que o aconchego.
Quando me sobressais
Tímido.
Nas linhas do meu contorno
A tua voz que desvio
Dos ecos ao meu retorno.
O teu constante,
Vezes demais
Os passos largos na madeira
São versos dos mesmos instantes
Da tua sombra extensa
Aos meus meses rasantes
E os círculos em que a espera
É derradeira.
Talvez um dia depois de mim
Talvez um dia sem ser por nós
Um tempo recortado à palavra não dita
Um tempo ditado pelo eco da voz.
C.
"...não sei porque escrevo,
se o que escrevo é dito a mim..."
1 Comentários:
"Quando se parte" e não se vai inteiro, há sempre o medo de não se conseguir regressar,pra resgatar o que ficou de nós...
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