quarta-feira, julho 16, 2008

A paixão é passageira, mas depois fica. Passa e não passa. Os anos passarão (...) Não ficará se não a tua voz na tarde calma.
- Olá, - disseste. E a terra começou a tremer.
Manuel Alegre


Príncipe Real

Esqueço-te no pormenor dos dias em que me ajudaste a nascer. Agora as casas tingem-se dos novelos tão equívocos quanto desertos, na lembrança do teu cabelo. A paisagem parada, quase desenho do tanto que me deste e que ficou por viver. É imensa a dor da saudade que vive pausada no meu peito, enquanto outras esquinas se vestem daquilo que eu já não posso ser.
A Foz usada, o grito mudo, os tantos pratos sem alho e com pouco sal que se erguem agora nas lágrimas que pedem o teu nome. Talvez o abraço. Talvez a simplicidade daquilo que ditávamos - Amizade. Ou talvez não. Que é feito de ti, poeta da estrada? Ou dos quilómetros vadios que aqueciam o Inverno ao som de Jobim. Que é dos teus passos pesados entre o meu colo e a coragem do silêncio que vivia entre nós.
É frio, o céu sem ti, como tudo aquilo que esqueço perto da casa onde já não sei se moras.

2 Comentários:

Às 11:34 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

"A tua sombra é enorme quando não estás."

 
Às 2:12 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

..Nem já escadas com degraus em número infinito salvam as memórias guardadas nas mais altas prateleiras.


|nopi|

 

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