segunda-feira, maio 02, 2005

Cinzas

Saudade




Espero por ti no fundo do mundo.
Ou no principio dele,
Enquanto as sementes secam ao sol
Que não nasce.
E as palavras se perdem
num verso sem peso nem medida.


És o que não chega
Promessa do amor que enche
Os espelhos, brilho
Da treva que assombra
O cristal.


E quando olho pela janela,
Como se viesses do fundo da rua,
Só a tarde dobra essa esquina
Que te viu partir
Com os olhos húmidos da manhã nua.


Sombras cinzas e ruína
Chegam em cada Primavera; mas tu
Só voltas de onde não sei,
Quando não espero
E onde não estou.


Nuno Judice

O movimento do mundo

3 Comentários:

Às 8:50 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Só hoje consegui comentar este post, fazer um comentário sério, adulto, verdadeiro. E o que escrevo então? Nada. Sem palavras, apenas porque só hoje este poema me fez chorar.
X.

 
Às 2:56 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

De que cor se reveste a saudade?
De que cor enganamos o que nos prende?
De que cor nos mutilamos?
De que cor sobrevivemos?
De que cor nos afugentamos?
De que cor amamos?


(Raios parta a cor que só subjectiva)



Cristina

 
Às 3:09 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

E como doi a saudade que tenho de ti....

Beijo doce naquele abraço que diz tanto. E que tanto nos salva

*Dtm*

 

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