quarta-feira, novembro 09, 2005

Falar-te de mim

Falo-vos hoje de mim. No fundo como sempre o faço em cada poema, em cada palavra, em cada foto ou respirar que aqui, quase diariamente, vos deixo.
Tenho esta mania inata de fugir do que - e de quem - me assalta para depois, mais tarde, sangrar versos a fio. Quem me manda o silêncio ou a solidão, a fuga das pessoas e das coisas que me tentam o não estar só comigo e em mim. Tenho medo… Nem sempre suporto o tanto que me transborda e o nada que fica. E é nesses instantes em que preciso de me sentir viva e parte do mundo, do meu mundo.
Do meu Porto.


Falar-te do Porto regateando as esquinas
Pedindo mais das ruas
E menos de partidas
Falar-te da cidade de forma desigual
O café diferente da estrada
A luz que faz estreita a Afurada
O olhar diferente do banal.

Falar-vos de mim
Dizer aos espelhos que me cortam as mãos
Que destas lajes e deste rio
Só os textos jazidos no chão
Quebrando as margens do corpo vadio.

Embriago-me para não querer
À falta do abrigo um prédio fechado
Embriago-me para esquecer
Mais de tudo - e isto que é só
O Porto em mim chorado.

5 Comentários:

Às 12:43 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

As ruas dos lugares que amamos são sempre infinitas, são as que encontramos enquanto os nossos dedos os pecorrem como se fora um corpo desabrigado.

São essas ruas que amamos quem melhor sabe falar de nós.

Mesmo à partida não vale uma lágrima por permanecer dentro de nós tudo o que amamos!

X.

 
Às 12:57 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Fala-me de ti, mOLe meu. Fala-me do teu voou, do teu brilhar e desse teu mundo que vejo no teu olhar. Fala-me de ti que eu oiço por nós.
Estarei sempre ao teu lado e nessas ruas que juntas ainda iremos percorrer lado a lado, pralem da fugaz vista que tivemos.
E eu irei ouvir-te, assim como oiço todos os dias, dentro de mim.

Com saudade,*dmt*

 
Às 4:09 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

A cada bater das tuas asas, eu estarei aqui para te ver sorrir. Voa... *

 
Às 8:02 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

uMa CiDaDe

Uma cidade pode ser
apenas um rio,uma torre, uma rua
com varandas de sal e gerânios
de espuma. Pode
ser um cacho
de uvas numa garrafa, uma bandeira
azul e branca, um cavalo
de crinas de algodão,de esporas
de água e flancos
de granito.
Uma cidade
pode ser o nome
dum país, dum cais,um porto, um barco de andorinhas e gaivotas
ancoradas
na areia.E pode
ser
um arco-íris à janela, um manjerico
de sol, um beijo
de magnólias
ao crepúsculo, um balão
acesso
numa noite
de Junho.
Uma cidade pode ser
um coração,
um punho.


Albano Martins
in
Colectânea de Poesia sobre o Porto

...................
...................





em todas as ruas deixei o meu nome.
Viste-o?





Pilar|de|Ponte

 
Às 7:43 da tarde , Blogger Ruca disse...

e dares te a conhecer nas ruas do sitio onde vives? Eu sei k as saudades são muitas do "teu porto" e vejo a paixão k emanas ao falar dele, mas e se deres uma oportunidade ás ruas de onde vives e te deixes libertar? Vais ver k se calhar a solidão é algo k só existe pq nós keremos k assim seja... vem andar nestas ruas k conheces mas k n te conhecem a ti...

 

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