quinta-feira, novembro 03, 2005

Top secret

E voltas a cordar, não consegues adormecer, estás todo suado, a noite é mais antiga do que tudo.
Carne sobre a carne, o peso. Na imaginação tudo corre lentamente. Uma coisa e depois outra, nesta ordem e naquela. Os corpos do avesso, os olhos fascinados, a luz é baixada várias vezes. Quando já não se aguente, não se consegue, há um alívio breve e é preciso sorrir ligeiramente porque o tempo perdeu qualuer urgência. Oprazer esgota o desejo por enquanto até recomeçar, uma e outra vez o doce trabalho, os corpos quietos exaltados a escorrerem a água de que são feitos.
A noite é tão antiga e nunca acaba...


Fecho os olhos e vejo-te. Vens a mim quanto te não quero. Há coisas que se não devem querer. Tu és uma delas, doce veneno.

Agora já não há segredos. Corremos sem saber se vamos a tempo de saltar. Se queremos.

Nesta experiência precipitada, imprevisível. De noite. Pequenos nadas.

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Pedro Paixão

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