terça-feira, março 15, 2005

Pele suada

Matosinhos

Não sei falar de amor senão falando dele. Porque não posso senti-lo, nem quere-lo mais do que aquilo que me dá. E não dá. À fuga junta-se o eterno olhar circunscrito numa escuridão que já nenhum de nós domina. Perco-te sempre que te encontro e quem me dera que um dia, talvez depois do tempo, me soubesses ler.
E ter.


Se soubesses todos estes gestos
Mais longos que a própria nitidez
E depois, eu arrumasse os manifestos
Raízes vencidas
Ou a minha nudez.

E se a pele não ardesse
Toco-te. Não sei
Como se nada acontecesse
E de mim só tu
Como a esfera e o desdém.

Ai se eu soubesse
Guardar-te o grito sem sofrer
E mais tarde, e mais longe
Deixar o verbo permanecer.

Amor. Talvez tudo isto
O negar-te sabendo
Que bebia da tua pele,
do teu cheiro
Como um amante escurecendo
À luz do dia inteiro.
Clara 14.03

7 Comentários:

Às 1:23 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

São tão belas as palavras que usas, os versos que pensas, os poemas que escreves... :)

"E o meu coração dispara,
quando tem o seu cheiro
dentro de um livro..."

*<3*

 
Às 1:31 da manhã , Blogger Garcia disse...

Deves pensar que escreves bem. Enganas-te profundamente... Escreves de uma forma sublime, genuína e inaudita. Valorizo muito o que escreves.

 
Às 2:18 da manhã , Blogger sombra_arredia disse...

...Matosinhos....

(será k se fecharmos com muita força os olhos e pedirmos tb com muita força, o tempo recua até ao momento que escolhermos?)
será?...
:(

 
Às 2:58 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Às vezes os poemas arranham-nos a pele, outras vencem-nos...levam-nos as palavras, fica em nós apenas como que a espuma que o mar deixa depois do rebentar das ondas..

 
Às 8:10 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Amor... ou doce dor?

*dmt*

 
Às 8:14 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Amor..talvez o verbo mais dificil de conjugar, o sentimento mais dificil de definir.
Mas quando está presente e o sentimos tem o poder de mudar o universo, o nosso universo; todas as cores, todas as formas ficam diferentes.
A leveza de amar e ser amado


E quando ele, o amor está ao alcance de um olhar, mas longe, tão longe de um tocar?.

O que fazer com um amor que nos foge por entre os dedos, que não permite que quebremos a sua ordem pré etabelecida?

O melhor talvez seja guardá-lo numa gaveta e fechá-la à chave, porque esquecer...isso é impossivel...porque é amor e não outra coisa qualquer.


vané

 
Às 7:38 da tarde , Blogger sombra_arredia disse...

..e esqueceste-te de mencionar a autora desta belíssima obra:
(Janet Echelman)

Ai aiai
ixo n se faz aos artistas:PP
cofcofcfo
______.____

 

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