sexta-feira, maio 20, 2005

...

Pauta


Ficas a arder-me nas nódoas que não escrevo
Não tenho nada a dizer
A mais esguia das palavras como sangue
Aos pontapés, em contra mão.
Um abraço que me chame
Que me amarre ao anoitecer.



Fico a querer-te, como rasgos,
desvios
Sempre a esquecer-te
Dentro dos rios.



Fico a enlouquecer-me na escuridão
A vendar os fantasmas docentes
Como ignorantes vadios
Que me impedem o teu perdão.



Fico, sem morrer de mim
Sem querer, porque vim
Agreste na mágoa e sozinha
Como gritos de acordes
Em que a pauta sou eu
Ou som que dela

se extermina

C.

2 Comentários:

Às 2:08 da manhã , Blogger Garcia disse...

Mais um belo poema que li...

 
Às 7:42 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Há um ponto a mais.
Há um ponto, incandescente, a mais no cinzento.
Há um ponto a mais quando te perdes só.
Há um ponto, doloroso, a mais quando achas só pó e desencanto e procuravas apenas a paz e o sossego quente dos amigos.
Há um ponto a mais em tantas coisas que fazemos..
Felizmente falta sempre esse ponto nas pautas onde existimos.
Para que falte sempre o ponto final!

X.

 

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