sábado, maio 07, 2005

Vigílias


A escrita é a minha primeira morada de silêncio
A segunda irrompe do corpo movendo-se por trás das palaras
extensas praias vazias onde o mar nunca chegou
decerto onde os dedos murmuram o último crime
escrevo-te continuamente... areia e mais areia
construindo no sangue altíssimas paredes de nada.




Esta paixão pelos objectos que guardaste
esta pele-memória exalando não sei que desastre
a língua de limos
Espalhávamos sementes de cicutu pelo nevoeiro dos sonhos
as manhãs chegavam como um gemido estelar
e eu perseguia teu rasto de esperma à beira-mar
Outros corpos de salsugem atravessam o silêncio
desta morada erguida na precária saliva do crepúsculo.
Al Berto
in
Vigílias

1 Comentários:

Às 3:13 da manhã , Blogger sombra_arredia disse...

Face ao poema...que palavras mais se poderão realizar?

 

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