A um dia sucede outro dia
Roda da sorteComo num túnel, sem ver luz ao fundo,
As pessoas vagueiam, perdidas do mundo.
Todas dependem da roda da sorte
E todas oscilam entre a vida e a morte.
Hoje no céu, amanhã no inferno,
O que parece ser Verão, torna-se Inverno.
Ao almoço tremoço, caviar ao jantar,
O destino é instável como uma folha no ar.
Paulo Abrunhosa
in
"Diário de um Dromedário"
Na cidade
uma torre
de granito
Na rua
a um dia
sucede outro dia
Pela tarde
os sinos
trá-los o vento ao sotão
lembram
as horas que passam
toda a solidão do mundo
João Pedro Mésseder
"Lapa, à hora dos funerais"
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