Nem sempre
Nem sempre nos sobra a luz dos passos que damos. Talvez nos beije mais quotidianamente o nada que fere.
E hoje, o que me resta?
Luz agonizante
Luz a mais nesta noite caiada de subúrbio
Luz paralela quando as pálpebras te pensam
É assim que me morre toda a poesia.
Ao partir de mim, do vento
Para este tormento de papel
Luz tragada, todo o passo é de cor
Luz cansada, quando dizes ferro e dor.
Tanto por percorrer
E as noites são assim
Quando a vigília faz tortura
Todos os contornos em mim.
Corpos que trago em bandejas
E sirvo-me com rancor
Corpos de ira, sem amor
Imagens,
Imagens,
Imagens…
Perco tudo
A luz, luz distante
Quanto ao resto, protesto
Não é só o estar que permanece
O meu tempo demais, por ti
No cigarro que arrefece
Ou dentro dele quem não vivi.
C.
3 Comentários:
A luz negra do incêndio.
A luz obscurecida, o eclipse do sol, não limita a existência nem a força da luz que permanece. A luz mantem-se, apenas anevoada pelo cansaço, irada pelo(s) percurso(s).
A luz (como o azul do mar) permanece, ainda assim, capaz de aquecer e iluminar, capaz de queimar, por ser ao mesmo tempo a luz parda e furiosa, não mais branda, apenas mais cansada e por isso mais feroz.
Aquilo que nos toca sempre nos move, inscreve-se em nós e modifica-nos, umas vezes para melhor outras para pior.
Este sim é um poema muito bonito...
(...e cheio de luz, é um poema que queima!)
A.M.
"Luz vaga". E tão vago se torna a nossa alma quando nos sentimos perdidos... *
<3
e serás sempre tu.. a minha luz, naquelas noites em que a dor me adormece.
sinto a tua falta *dtm*
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial