terça-feira, junho 07, 2005

Nem sempre

Nem sempre nos sobra a luz dos passos que damos. Talvez nos beije mais quotidianamente o nada que fere.
E hoje, o que me resta?





Luz agonizante

Luz a mais nesta noite caiada de subúrbio
Luz paralela quando as pálpebras te pensam
É assim que me morre toda a poesia.


Ao partir de mim, do vento
Para este tormento de papel
Luz tragada, todo o passo é de cor
Luz cansada, quando dizes ferro e dor.


Tanto por percorrer
E as noites são assim
Quando a vigília faz tortura
Todos os contornos em mim.


Corpos que trago em bandejas
E sirvo-me com rancor
Corpos de ira, sem amor
Imagens,
Imagens,
Imagens…


Perco tudo
A luz, luz distante
Quanto ao resto, protesto
Não é só o estar que permanece
O meu tempo demais, por ti
No cigarro que arrefece
Ou dentro dele quem não vivi.

C.

3 Comentários:

Às 7:27 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

A luz negra do incêndio.
A luz obscurecida, o eclipse do sol, não limita a existência nem a força da luz que permanece. A luz mantem-se, apenas anevoada pelo cansaço, irada pelo(s) percurso(s).
A luz (como o azul do mar) permanece, ainda assim, capaz de aquecer e iluminar, capaz de queimar, por ser ao mesmo tempo a luz parda e furiosa, não mais branda, apenas mais cansada e por isso mais feroz.

Aquilo que nos toca sempre nos move, inscreve-se em nós e modifica-nos, umas vezes para melhor outras para pior.

Este sim é um poema muito bonito...

(...e cheio de luz, é um poema que queima!)

A.M.

 
Às 9:10 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

"Luz vaga". E tão vago se torna a nossa alma quando nos sentimos perdidos... *

<3

 
Às 3:13 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

e serás sempre tu.. a minha luz, naquelas noites em que a dor me adormece.

sinto a tua falta *dtm*

 

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