Claro que dói, porra.
"Tenho aflição por toda a ausência não anunciada. Vou-me sentar à mesa. Vou deixar arrefecer a comida.
Fazer de conta que estou a esperar."
Daniel Faria
Há dias falava-te de mim, e tu de ti, há dias ou há meses, talvez anos e neles sempre as mãos vazias. Falava-te, meu amor, de quando as asas não dormiam e eu vestia o infame tormento da tua ausência das noites em que só a memória do teu cheiro ficava. E era só mais uma noite, só mais uma espera, feita do tempo em que não vinhas.
Hoje chegaste. A casa quieta. Já tinhamos saído para o mundo e tu tudo de novo nos meus braços. Esse abraço forte e fugidio que, sem eu saber, ainda é o cheiro da minha pele. Chegaste e eu não quero. Quero, mas não consigo.
Esqueço-te. Finjo. Porque me dóis, porque me és urgente e eu não posso saber de ti. Sei demais. Sofremos juntos o mesmo Adeus.
Vai.Por favor.
6 Comentários:
Sublime, Clara...
Amen!
isto ta estranho...
nopia
"Esqueço-te. Finjo. Porque me dóis, porque me és urgente e eu não posso saber de ti."
E quando mais nenhumas palavras, senão as tuas, descrevem na perfeição o que agora sinto?
Este lugar de dor não é teu
tens muito de bom para viver.
Que caminhos novos te levem a lugares que conheceste com esta ou outra pessoa,
mas que de uma proxima vez os possas ver,
sem a dor de vir a sofrer.
Porque amar pode ser sofrer,
mas não tem de ser,
há-de haver saída amiga.
Sonha com a tua felecidade,
luta por ela,
bjos tristonhos de quem sente na pele tamanho sofrer!
Tanto de ti que eu não sei, e que agora, nem quero saber! Prefiro ser ignorante, pq tenho mau perder!
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