terça-feira, janeiro 25, 2005
Linha Amarela
Gestos que se atravessam
E logo enlouquecem
O desfecho da dor
Mãos rasgadas, nas paredes
Em sangue pisadas.
Ontem quando os teus olhos feriam
E o grito era o terror.
Ruínas estreitas
Entre a vida e o amanhecer
E os muros que se constroem
Num quarto de hospital
Onde tudo o que ferve
Se faz esquecer
Entre o risco e o imortal.
(Ruínas estreitas
Vidas perdidas
Gaivotas desfeitas
E outros medos
Sempre em feridas.
Guerra e suor
E sacos vazios
Quando o ar não chega
E os bolsos são de fios.
Bombas de oxigénio
Macas vazias
O dia falhado
Cruzes no altar
E ficares
Em lume arado
Enquanto te despedias.
O que móis
E o que destróis
Do que não é
Do que não foi.
Salvaste,
O que te dói?)
Será toda a parte este mundo
Onde as asas se compõem
Sem futuro
Será deitado o segundo
Hoje que te deixo
E o tempo é já tão escuro.
(E o tempo sem futuro)
--,-<@ - Porto -
3 Comentários:
o tempo
o tal tempo?
o tempo
o tal tempo?
N.
Gostei. Gosto do poema a crescer dentro do poema, uma espiral a crescer noutra espiral. Como pétalas de rosas que se abrem e desfolham! Onde leva a linha amarela? A que conduz?
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