Sei lá, o quê...
Apetece-me chorar. Em prosa camoniana e mal falada, como me dizia uma Amiga minha, “um não sei quê, que vem não sei de onde e dói não sei porquê”. Enfim, não era bem isto, mas qualquer coisa como isto. Pouco importa.
Acabo de ler a crónica do Lobo Antunes escrita do hospital. Escrita dos dedos perto da morte sem que ela seja anunciada. Porque vais viver. E fala ele das palavras sem fé que lhe dizem em momentos destes. Mas eu acredito. Não sei bem em quê, lá está.
Há dias jantava com um amigo meu quando lhe vislumbro a Visão sobre a mesa,
- Não tive coragem ainda de ler.
- Nem eu.
Já está. E doeu.
Deve ser por isso que me apetece chorar. Um golpe no peito mais estreito que o fio das lágrimas. Fingir que está tudo bem e que a vida é mesmo assim, mas o tempo afoga mundos demais. Pessoas demais.
Ligo a televisão, RTP 1, claro, dizem que a informação é boa aqui. Mas a informação diz-me que há alguém que mata em série e sem propósito. E deixa uma carta a justificar não sei o quê. Miúdos. Professores. Inocentes. Olho de novo para a capa da Visão. Agora choro a sério. Tu que lutas a cada segundo contra essa cama de hospital e denuncias ao mundo tudo o que é de mais íntimo em alturas assim. Também a luta da minha Mãe me vem à memória. E todas as camas de hospital. E depois há quem mate aleatóriamente.
E depois há quem acredite que o meu fora do mundo me vai ajudar.
Nesse não sei quê de qualquer coisa.
Acabo de ler a crónica do Lobo Antunes escrita do hospital. Escrita dos dedos perto da morte sem que ela seja anunciada. Porque vais viver. E fala ele das palavras sem fé que lhe dizem em momentos destes. Mas eu acredito. Não sei bem em quê, lá está.
Há dias jantava com um amigo meu quando lhe vislumbro a Visão sobre a mesa,
- Não tive coragem ainda de ler.
- Nem eu.
Já está. E doeu.
Deve ser por isso que me apetece chorar. Um golpe no peito mais estreito que o fio das lágrimas. Fingir que está tudo bem e que a vida é mesmo assim, mas o tempo afoga mundos demais. Pessoas demais.
Ligo a televisão, RTP 1, claro, dizem que a informação é boa aqui. Mas a informação diz-me que há alguém que mata em série e sem propósito. E deixa uma carta a justificar não sei o quê. Miúdos. Professores. Inocentes. Olho de novo para a capa da Visão. Agora choro a sério. Tu que lutas a cada segundo contra essa cama de hospital e denuncias ao mundo tudo o que é de mais íntimo em alturas assim. Também a luta da minha Mãe me vem à memória. E todas as camas de hospital. E depois há quem mate aleatóriamente.
E depois há quem acredite que o meu fora do mundo me vai ajudar.
Nesse não sei quê de qualquer coisa.
5 Comentários:
Belo texto. Gostei muito.
é tão triste e sem sentido que fico sem palavras... "so maybe tomorrow we'll find our way home..."
Que é isto!!!
Aplaudo de pé! Socorro!!!
Muito bom!
Socorro! A minha vida está também assim... Bjinhos e as melhoras para todos!
Tão puramente real,talvez por isso tão duro.
De tal forma duro que me arranha a pele e arrasta a dor até lá bem fundo acordando medos e pensamentos renegados.
Os artistas nao se podem dar ao luxo de morrer fisicamente, pois ñ?:(
Mt bom o texto :)
Cê
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